Terapia política. Introspecção psicossocial. Análise simbólica.

28 setembro 2009

[1025] Para memória futura

O Divã de Maquiavel é um dos vencedores da noite.

[1024] Rescaldo: quase tão bom quanto o Pedro Magalhães

Parafraseando alguém, "estou muito satisfeito comigo mesmo".
As minhas previsões foram certeiras em toda a Esquerda e os pequenos desvios à Direita apenas não anteciparam alguma deslocação do PSD para o CDS (cerca de 3%).
Parece confirmar-se (quase) tudo o que previ:
1. PS vence com maioria relativa (36,5 %);
2. PS e BE não alcançam juntos a maioria absoluta de deputados (a menos que todos os mandatos da emigração fossem para o PS);
3. PSD e CDS têm juntos mais deputados do que o PS (basta que o PSD obtenha um mandato da emigração);
4. CDU torna-se na 5.ª força parlamentar.
Só não se confirmou o BE como 3.ª força parlamentar (por troca com o CDS) nem a estreia do MEP no Parlamento.

27 setembro 2009

[1023] Rescaldo: muito melhor do que o Trocas de Opinião

Sem empresa de sondagens, sem questionários, sem trabalho de campo, sem margens de erro, sem variações máximas e mínimas, apenas com observação e intuição:
Partidos / Previsão / Votos
1. PS.........36 %........36,56 %
2. PSD.......32 %........29,09 %
3. BE.........10 %.........9,85 %
4. CDS.........8 %........10,46 %
5. CDU.........8 %.........7,88 %
6. MEP.........2 %.........0,45 %
O/B/N..........4 %.........6,16 %
*
Partidos / Previsão / Deputados(1)
1. PS............96...........96
2. PSD..........87...........78
3. BE............17...........16
4. CDS..........15...........21
5. CDU..........13...........15
6. MEP...........2.............0
(1) Faltam apenas distribuir os quatro deputados dos dois círculos da emigração (a tradição diz que o PSD assegura, no mínimo, dois)

[1022] 27/9: está um belo dia para reciclar o futuro

[1021] Ficha do dia

*

25 setembro 2009

[1019] Tenciona votar (no próximo domingo)?

Resultados da sondagem (sem garantias de representatividade) que, durante algumas semanas, esteve aberta aqui no divã e que teve a participação de 180 leitores:
Abstenção...... 6,66 %
Participação... 93,33 %
*
Dos reais votantes, temos a seguinte votação:
Brancos/nulos...... 4,76 %
BE.................... 16,07 %
CDS.................. 13,69 %
CDU................... 6,54 %
MEP................... 3,57 %
MMS................... 1,19 %
MPT................... 0,59 %
PCTP/MRPP......... 2,38 %
PNR................... 1,19 %
PS.................... 26,78 %
PSD.................. 23,21 %

24 setembro 2009

[1018] A minha chave do totoloto

Distritos que poderão aproximar ou afastar PS e PSD:
- Aveiro, Bragança, Évora, Faro, Lisboa, Porto, Vila Real, Madeira e Europa.
Distritos que poderão reforçar ou enfraquecer PS ou BE:
- Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal e Viseu.

[1017] A minha "sondagem"

Partidos / Votos / Deputados
1. PS...........36 %........96
2. PSD.........32 %........87
3. BE...........10 %........17
4. CDS..........8 %........15
5. CDU..........8 %........13
6. MEP..........2 %..........2
O/B/N...........4 %

[1016] As palavras dos outros (59): "Irreal social"

«A campanha termina como começou: num clima irrespirável onde os rumores e os ‘casos’ levaram a melhor sobre o debate político.»
*
«Olhemos para a sociedade portuguesa, profundamente castigada e metastizada (...), no dever que é afastar o actual Primeiro-Ministro da governação, para que reconheça o peso da sua arrogância, a ausência de uma política sólida e o deficit democrático em que nos colocou a todos. A funcionalização da sociedade empobrece-a.»
(Paula Teixeira da Cruz, "O Voto", CM, 24-9-2009)
*
«A grande verdade é que a grande maioria das pessoas que estão na linha da frente dos partidos do poder são medíocres, longe vão os tempos em que se podia discordar da opção política dos agentes, mas a sua valia técnica, intelectual, política e de valores era inquestionável.
Hoje estamos condenados a escolher o melhor dos mais fracos.»
(Vítor Esteves, comentário a "MFL-PM (XIII)", Mar Salgado, 24-9-2009)
*
«Num país onde o exercício da política foi entregue a habilidosos vendedores de promessas, em que o sentido do serviço público se perdeu, em que preponderam os interesses pessoais, os estados de alma e os caprichos, alguém que é fiável e confiável, que vive habitualmente, que conhece o real e o quotidiano, que não quer nada para si, que vem quando é difícil, que se apresenta exactamente como é, que junta princípios e competência para fazer, torna-se facilmente numa ameaça. Porque rompe com o paradigma, porque desarma, porque pode dizer que o rei vai nu. (...)
A decisão que for tomada no dia 27 terá consequências decisivas para o que resta de Portugal e de todos nós. Um enorme risco ou uma derradeira oportunidade. É preciso escolher antes de votar.»
(Mª José Nogueira Pinto, "Eleger é escolher", DN, 24-9-2009)

23 setembro 2009

[1015] A Manela é séria, o Zé é retórico

Dos nossos leitores, 87 votaram na sondagem (sem garantias de representatividade) "Quais os pontos fortes de Ferreira Leite face a Sócrates?" Eis os resultados:
1. 18% deles escolheram retórica;
2. 22% entendem que é o pragmatismo e experiência;
3. 31% acharam que é o currículo;
4. 32% escolheram a ética; e
5. 54% elegeram a seriedade.

21 setembro 2009

[1014] Citações do mundo: confiança precisa-se!

1. "Love all, trust a few. Do wrong to none." (Amem todos, confiem em poucos. Não façam mal a ninguém)
[William Shakespeare (1564 - 1616), "All's Well That Ends Well", Acto 1, Cena 1]
2. "I never trust people's assertions, I always judge of them by their actions." (Nunca dou importância às afirmações das pessoas, avalio-as pelos seus actos)
[Ann Radcliffe (1764-1823), "The Mysteries of Udolpho", 1794]
3. "Os homens confiam mais no que ouvem do que no que vêem."
[Heródoto (484 a.C. - 430 a.C.), "Histórias"]
4. "Os homens geniais são admirados, os ricos são invejados, os poderosos são temidos; mas apenas os homens de carácter são confiáveis."
(autor desconhecido)

[1013] Gripe sazonal?

Confirma-se.
O vírus da gripe política está a espalhar-se rapidamente e pessoas até aqui imunes a maleitas dessa natureza estão totalmente contaminadas. Durante longos meses foram advertidas para os cuidados que deveriam ter e para os contactos que (não) deveriam manter. Foram imprudentes, amadoras, crédulas.
Só uma vacina de ética, combatividade e Estadismo poderá curá-las. Se estas pessoas permanecerem contaminadas por muito mais tempo, a democracia adoecerá gravemente.

[1012] Late Sunday evening: o filme que nenhum português quer ver

20 setembro 2009

[1011] A palavra dos outros (58): "yes tv"

«Tive uma reunião, antes de romper com a RTP, com o ministro da tutela, Augusto Santos Silva, que é um ‘yes man’ também! Quando lhe expliquei que não há uma razão financeira que obrigue a que a televisão pública não tenha programas de qualidade, porque é possível comprar documentários e cinema de qualidade gastando pouco dinheiro, e que isto apenas acontecia devido a uma falta de visão, responde-me que não vê ninguém melhor no País do que os jornalistas que estão à frente da programação da RTP, o que dá vontade de lhe dizer que provavelmente também não vê ninguém melhor para o seu próprio lugar! Mas há! Há pessoas com conhecimento e se é necessário importá-las que se importem!»
(Sérgio Tréfaut, director do DocLisboa, "As pessoas à frente da RTP não estão à altura dos seus lugares", CM, 20-9-2009)

[1010] Early Sunday afternoon: preguiça dominical com humor conjuntural

Um português toma calmamente o café quando um espanhol, a mascar pastilha elástica, vem sentar-se ao seu lado. O português ignora o espanhol que, inconformado, começa a conversar:
- Vocês comem estes pãezinhos inteiros?
- Português (de mau humor): Claro.
- Nós não. Comemos só o miolo, a casca juntamos, processamos, transformamos em croissants e vendemos para Portugal.
O português não responde. O espanhol insiste:
- Vocês comem esta compota com o pão?
- Sim.
- Espanhol: Nós não. Ao pequeno almoço comemos frutas frescas descascadas, juntamos as cascas e as sementes, processamos, transformamos em compotas e exportamos para Portugal.
O português, nessa altura, decide responder:
- E o que é que fazem aos preservativos depois de usados?
- Deitamos fora, logicamente!
- Nós não. Guardamos em caixotes, processamos, transformamos em pastilhas elásticas e vendemos para Espanha.

19 setembro 2009

[1009] Mil e nove sinais

Há sempre, em todas as épocas, uma gentinha que não vê, não sabe, não percebe nada. Depois, quando abrem os olhos, os ouvidos e a boca, é tarde. Já levaram o amigo, a liberdade, o futuro.
Até um cão danado pressente o perigo. Será que o homem é mesmo o animal mais estúpido da criação?

[1008] 35 anos depois, volta a ser preciso dizer o óbvio

Os “funcionários públicos” (hoje “trabalhadores que exercem funções públicas”) são servidores do ESTADO, NÃO servem nenhum partido nem nenhum ministro. Se alguns o fazem, devem ser exonerados [após processo disciplinar].
Defendem, por dever estatutário e legal, o INTERESSE PÚBLICO, a LEGALIDADE e o ERÁRIO PÚBLICO.
Por razões de transparência e previsibilidade dos recursos financeiros, são pagos de acordo com uma tabela de remunerações, NÃO de acordo com a vontade “do patrão”, de modo a evitar compadrio, bajulação e arbitrariedade.
São, muitas vezes, o garante da defesa do cidadão, eleitor e contribuinte, ao prestarem informações, emitirem pareceres e controlarem os dinheiros públicos apenas de acordo com a LEI e a JUSTIÇA, em vez de obedecerem acriticamente ao “patrão”.
(Núncio, comentário a "É um bocadinho mais do que isso", Blasfémias, 19-9-2009)

[1007] A palavra dos outros (57): a mentira é a verdade

«Não é fácil viver quatro anos de mentiras sem nos tornarmos, também nós, um país de mentirosos.»
(João Pereira Coutinho, CM, 19-9-2009)

[1006] Late Friday evening: o admirável mundo novo (2)


[1005] Late Friday evening: o admirável mundo novo




17 setembro 2009

[1002] TGV: Todos "Gabam" a Velha

A dimensão do respeito pelo Estado Português é o que me interessa neste assunto [dos comentários da imprensa e do governo espanhóis à posição de MFL sobre o TGV]. Tudo o resto é espuma.
[O relevante seria notar que o destaque que um Estado está a dar ao processo eleitoral de outro, para além de violar um princípio fundamental de direito internacional (não ingerência nos assuntos internos de cada Estado), prova que, afinal, os espanhóis estão mesmo a tentar condicionar as opções portuguesas quanto à rede de alta velocidade.] É por isso que somos pequeninos. Permitimos que outros ataquem os nossos e apouquem o país.
Lembra-se do Rei de Espanha (secundado pelo próprio Zapatero, socialista) ter repudiado veementemente um ataque de Chávez ao primeiro-ministro cessante, Aznar, popular democrático, não lembra?
Porquê? Porque não era um ataque a Aznar, era um ataque a Espanha, aos seus políticos e à sua independência. Aqui, bate-se palmas a quem ofende "a outra senhora" (ou qualquer outro), julgando que isso fortalece JS. Puro engano...
(Pepe, comentário a "3 portugueses, 3 atitudes", Simplex, 16-9-2009)

[1001] As palavras dos outros (56): a exigência de uma escolha

«[Os potenciais eleitores mantêm-se] numa posição passiva de meros espectadores, mais ou menos interessados, como se tudo se tratasse de uma espécie de concurso ou talk show televisivo, para apreciação das qualidades histriónicas dos segundos: o mais engraçado, o mais rápido, o mais astuto, o mais surpreendente... É a redução da política à sua expressão mais simples, um exercício abstracto sobre a realidade, sem antes nem depois.
«Quando se fala da qualidade da democracia, em última análise é disto mesmo que se fala: a qualidade dos representantes não pode dissociar-se do grau de exigência dos eleitores; uma exigência que, em fase de campanha, tem tudo a ver com a profundidade, objectividade e seriedade com que exigem ser esclarecidos.
«[Apesar de tudo, fica claro], felizmente, o bom senso do cidadão comum que consegue distinguir, apesar das encenações, dos gráficos e dos indicadores de duvidoso rigor, das frases descontextualizadas, das cartas na manga e dos coelhos na cartola, quem é ou não é de confiança, quem tem ou não carácter. Se ninguém pensa comprar um carro em segunda mão a quem não lhe merece confiança, como poderia entregar Portugal e o seu futuro?»
(M.ª José Nogueira Pinto, "O que se vê e o que não se percebe", DN, 17-9-2009)

[1000] Mil sessões no divã

«A ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.»
(Niccolo Maquiavel, "Discursos de Tito Lívio", via Citador)

[999] Os exaltamentos da Grande Ibéria (II)

«Portugal só pode ser um país plenamente inserido na Europa quando a Espanha o for, a Ibéria for, a Península Ibérica for um espaço de integração económica e política.»
(Luís Amado, num comício do PS em Leiria, 15-9-2009, via Público on line)

16 setembro 2009

[998] Optimista ou ilusionista?

"Daqui saiu o 25 de Abril no 16 de Março, daqui vai sair a sua vitória, não tenha dúvidas."
(dirigente local, arruada nas Caldas da Rainha com MFL, 16-9-2009, via DN)

14 setembro 2009

[997] Los abrazos rotos

Mais um sinal de provincianismo [a discussão em curso sobre o TGV e as intervenções de governantes espanhóis sobre o assunto].
Na Alemanha, que vai a votos no mesmo dia, seria caricato perder-se um minuto que fosse a discutir o que pensa Sarkozy ou Brown das propostas dos líderes alemães.
Aliás, é um princípio democrático que os Estados não se envolvem na campanha eleitoral dos outros. Imaginem que agora vinha o primeiro-ministro dinamarquês [onde, fazendo também parte da União Europeia, não há TGV] defender os pontos de vista de MFL, contra os de JS e do PSOE...
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Manuela cavalga cruzada nacionalista", Expresso on line, 14-9-2009)

[996] "Paz, Pão, Povo e Liberdade / Todos Sempre Unidos / No Caminho da Verdade"

O povo deveria ajudar a padeira a pegar na pá, o pão ficou muito cozido, o lume estava forte de mais. É preciso água nessa fervura.
Será que Aljubarrota vai repetir-se? E quem vai contar a verdade desta história?

13 setembro 2009

[995] Ponto por ponto

Os debates, estes debates, tornaram-se num jogo de espelhos, num diálogo de aparências, numa avaliação de gaffes e trejeitos...
É preciso afastar a espuma mediática, prescrutar para lá da forma e espremer a substância.

[994] Portugal é mais do que futebol (46)

I mean, soccer.
Desporto e responsabilidade social juntos.

[993] As palavras dos outros (55): a política no feminino

«Mas será verdade que esta mulher se candidata a Primeira Ministra?»
(Ana Gomes, sobre Manuela Ferreira Leite, aqui: itálico meu)
*
Absolutamente inaceitável. Dito por uma deputada ao Parlamento Europeu, candidata a presidente de uma câmara, ex-diplomata (!), é ainda mais deplorável...
P.S. MFL não se candidata ao cargo de primeiro-ministro, pois este não está sujeito a escrutínio democrático. Nem nisto sabe?!

[992] Auto-censura (3): os exaltamentos da Grande Ibéria

*

[991] Um governo extraordinário, mas irrepetível

De facto, é uma declaração extraordinária para quem está, assumidamente, "muito satisfeito" com o seu governo.
Aliás, não tenho memória de nenhum primeiro-ministro que, tendo chefiado novo governo, prescindisse de todos os seus ministros anteriores!
(Núncio, comentário a "Sócrates muda todos os ministros", Diário Económico, 13-9-2009)
*
MFL tinha Pacheco Pereira para aclarar as suas afirmações. JS tem, para isso, fonte do seu gabinete... Que diz, inexplicavelmente, que as palavras do primeiro-ministro "não são para levar à letra" (segundo informação posterior da Lusa).

[990] Debates Eleições'09 (balanço final)

Em resumo,
Manuela: 1 V, 2 E, 1 D, média final: 5,62.
Louçã: 0 V, 2 E, 2 D, média final: 5,37.
Portas: 2 V, 2 E, 0 D, média final: 5,25.
Sócrates: 2 V, 2 E, 0 D, média final: 4,87.
Jerónimo: 0 V, 2 E, 2 D, média final: 4,87.
*
Manuela e Louçã beneficiam do facto de terem participado em dois dos três melhores debates (um com o outro e ambos com Portas). Sócrates, embora tendo estado melhor em dois debates (com Jerónimo e Louçã), teve um debate inaugural (com Portas) muito fraco.
*
Ranking dos dez debates:
1) Manuela, 6.5 / Louçã, 6 (12.5)
2) Louçã, 6 / Portas, 6 (12)
3) Portas, 6 / Manuela, 5.5 (11.5)
4) Manuela, 5.5 / Sócrates, 5.5 (11)
5) Portas, 5.5 / Jerónimo, 5 (10.5)
6) Jerónimo, 4.5 / Sócrates, 5.5 (10)
7) Jerónimo, 5 / Manuela, 5 (10)
8) Louçã, 5 / Jerónimo, 5 (10)
9) Sócrates, 5 / Louçã, 4.5 (9.5)
10) Sócrates, 3.5 / Portas, 3.5 (7)

[989] Debates Eleições'09 (10)

O último dos debates para as eleições legislativas, dentro de duas semanas. Participantes: os líderes do PS ("incumbent") e do PSD ("challenger"). Resultado (previsível):
Manuela, 5.5 / Sócrates, 5.5.
Razoavelmente esclarecedor, medianamente urbano, moderadamente animado. Não afugentou apoiantes nem captou indecisos. Mais uma vez, a aparente supremacia de JS é formal, não de conteúdo.
Continua o "empate técnico", que só será desfeito, provavelmente, no silêncio da urna, quando os eleitores se perguntarem: "eh pá, continuamos com este ou está na hora de mudar?".

12 setembro 2009

[988] Irmãos inimigos?

Nah, mais primos afastados... Daqueles que só se encontram por imposição familiar ou protocolar. Em casamentos, baptizados, aniversários e funerais.
Ambos divorciados, mas dali não sairá nenhum casamento; só se fosse em casas separadas e com um encontro semanal em terreno neutro.
Esperemos que também não haja nenhum funeral. O país já está suficientemente deprimido...
(Núncio, comentário a «Sócrates-Ferreira Leite: debate de "dois irmãos inimigos"», Público, 12-9-2009)

[987] Política de verdade

Prefiro a verdade, ainda que não a minha, a verdade subjectiva, enquanto visão genuína e autêntica de alguém, do que a mentira, a visão ardilosa, manipuladora, fantasiosa.
É toda uma diferença política e, sobretudo, cívica. A que reside na seguinte pergunta:
"Prefere um governante de quem discorde, mas em quem confie, ou um governante em quem não confie, mesmo que pareça concordar com o que ele diz?"

11 setembro 2009

[986] Debates Eleições'09 (9)

Penúltimo debate da série. Resultado, de acordo com os nossos critérios:
Louçã, 6 / Portas, 6.
Equilibrado, animado, respeitador, paradoxal.

[985] A necessidade aguça o engenho, a ociosidade desperta a habilidade

«(...) o excesso de "habilidade" faz ganhar debates e quiçá votos, mas não creio que faça ganhar credibilidade e honestidade.
Habilidade é mais no futebol ou no circo...»
(Núncio, comentário a "Ontem à noite", Delito de Opinião, 11-9-2009)

[984] Debates Eleições'09 (8)

Aproximamo-nos do fim da pré-campanha, marcada pelos dez debates em curso. Realizado o desta noite, faltam apenas dois. Eis a nossa avaliação:
Portas, 6 / Manuela, 5.5.
Montanha-russa entre o relevante e o supérfluo, o sério e o palavroso, o retórico e o profundo. Manuela (ainda) um pouco inábil na gestão das falas e dos tempos.

10 setembro 2009

[983] Separados à nascença

«Creio que sou de longe o melhor presidente do Conselho dos 150 anos de história italiana.»
(Silvio Berlusconi, via DN, 10-9-2009)
*
«Ainda está para nascer um primeiro-ministro que tenha feito melhor no défice.»
(José Sócrates, via TSF, 23-7-2009)

[982] Curriculum vitae

Não vale a pena andarmos aqui na blogosfera com panegíricos, insultos, encómios ou vitupérios. Além de ser redudante num caso e deselegante no outro, é inútil.
A vida das pessoas fala por si.
(Núncio, comentário a "MFL/Louçã (1)", A Natureza do Mal, 6-9-2009)

[981] Charada de fim de regime: quem é quem?

Há quem diga mentiras caridosas.
Há quem diga meias verdades.
Há quem minta compulsivamente.
E há mesmo quem diga a verdade.

09 setembro 2009

[980] Debates Eleições'09 (7)

A vez de Manuela e Jerónimo, a primeira ainda vai a meio e o segundo já terminou. Contigências de um calendário inexplicável...
Jerónimo, 5 / Manuela, 5.
Limpinho, cordato, regular, sério.

[979] Dou-te um doce em troca de um beijo salgado

Acho muito estimulante que Pedro Santana Lopes consiga apoios para lá das tias de Cascais e dos jovens das Docas.

[978] Charada de final de tarde, numa campanha alegre...

É cada vez mais curta a distância entre Vilar de Maçada e Vilar de Perdizes...
(Núncio, comentário a "Do Rato à Lapa", Corta-Fitas, 9-9-2009)

[977] Uma campanha tonta

«(...) como já escrevi, acho muito infeliz o episódio madeirense na campanha, até aqui relativamente coerente e digna, de MFL.
Mas a história não acabou ali. José Sócrates, com as igualmente infelizes declarações sobre o assunto, e querendo atingir MFL, acabou por dar o "beijo da morte" a Jaime Gama.
De MFL sempre se poderá dizer, abonatoriamente, que (ainda) é mera candidata, que em campanha há mais emoção do que razão, etc.
De Jaime Gama, só se pode dizer que é "apenas" a 2.ª figura do Estado e que, quando foi ainda mais encomiástico do que MFL, estava em pleno exercício de funções.»
(Núncio, comentário a "MFL-PM (XI)", Mar Salgado, 8-9-2009)

[976] O bailinho da Madeira

«[Alberto João Jardim é] um exemplo supremo na vida democrática do que é um político combativo.»
«A Madeira é bem o exemplo, com democracia, com autonomia, com a integração europeia de um vasto e notável progresso no País.»
«(...) esta obra historicamente tem um rosto e um nome, e esse nome é o do presidente do Governo Regional da Madeira, a quem quero também prestar uma homenagem, na diferença de posições, por esta obra e este resultado.»
«(...) na Madeira, tudo é uma conquista e, por isso, é que a vivência e concepção de autonomia na Madeira não é tanto a institucional, a conceptual ou jurídica, é sempre uma concepção de luta, de combate, de tenacidade, de vitória, de dinâmica, de afirmação em crescente.»
(Jaime Gama, em visita à Madeira, 28-3-2008, via Sol)
*
«As imagens de Ferreira Leite na Madeira são patéticas e são lamentáveis, (...) a dizer que a Madeira é um modelo de democracia».
(José Sócrates, debate com Francisco Louçã, na RTP, 8-9-2009)

08 setembro 2009

[975] Debates Eleições'09 (6)

Hoje, o embate deu quase empate:
Sócrates, 5 / Louçã, 4.5.
Demagogia bastante, tecnicidade simulada, retórica q.b., alguma tensão. Esperteza socratiana.

[974] A palavra dos outros (54): amizades perigosas

«É particularmente negativo que o primeiro-ministro tenha afirmado que tem juízes amigos. Um primeiro-ministro não pode ter juízes amigos ou inimigos.»
(Paula Teixeira da Cruz, "Juízes amigos?", i, 2-9-2009)

[973] Distracções ou intenções?

«(...) há aquelas chamadas causas fracturantes, com base nas quais se procura distrair a atenção dos cidadãos e até permitir que um personagem profundamente neoliberal e profundamente defensor dos princípios da política neoliberal, como é José Sócrates, possa aparecer com uns laivos de esquerda.»
(Garcia Pereira, Lusa, via Sol, 8-9-2009)

[972] Bocas... à Guedes

Seria grave, se não fosse irónico: quem calou a censura a Marcelo Rebelo de Sousa vem agora subscrever o cancelamento do programa de Manuela Moura Guedes...
(Núncio, comentário a "Obviamente, Miguel Paes do Amaral", Mais Actual, 4-9-2009)

[971] Uma campanha desastrosa

Esta campanha mais parece um concurso de gaffes, disparates, grosserias e inverdades... Um jogo de espelhos?
Uns mentem, outros iludem; uns tropeçam, outros deixam-se rasteirar...
Talvez a pior campanha de sempre!

07 setembro 2009

[970] Debates Eleições'09 (5)

Mais um debate, agora diários até ao fim. Hoje o quinto, com a seguinte avaliação:
Portas, 5.5 / Jerónimo, 5.
Nenhumas novidades, estranha cumplicidade pontual, clareza, com uns apontamentos graciosos. Convicção de Portas favorece-o ligeiramente.
Ponto da situação, a meio dos trabalhos:
1. Manuela ____________ 6.50 (1 debate).
2. Louçã ______________ 5.50 (2 debates).
3. Jerónimo____________ 4.83 (3 debates).
4. Sócrates____________ 4.50 (2 debates).
5. Portas _____________ 4.50 (2 debates).

[969] Opinião de verdade

Disse aqui que considerava que a alternância dava saúde ao regime, tornando-o mais vigoroso e dinâmico.
Vale para todas as democracias, incluindo a nossa. Por conseguinte, vale também para a Madeira. Sem reservas.
E vale para Braga, Vila do Conde, Almada, Alenquer, V. N. de Poiares, Reguengos de Monsaraz, Benavente, etc.

[968] Ironias de uma campanha

Pouco feliz a deslocação de MFL à Madeira (boleia de AJJ e registos sobre a "asfixia democrática").
Deveria emendar a mão. Mostraria humildade e confirmaria a credibilidade.
Um Estadista fá-lo-ia.

[967] Ironias dos tempos pós-modernos

E diziam que a velha era retrógada e desajeitada! Mas parece que chegou para o rapaz moderno e fracturante...
(Núncio, comentário a "MFL-PM (IX)", Mar Salgado, 6-9-2009)

[966] Rosto sem máscara

«Manuela Ferreira Leite que tem um passado académico, político e profissional conhecido e de que se orgulha, nunca escondeu o que é: uma Senhora católica, conservadora, austera, determinada, formal, reservada, sensível, grata e leal para com os seus amigos e colaboradores, que convive mal com o circo político mediático, confiável, frontal, corajosa e que quer trabalhar só com quem confia.
Pode gostar-se ou não destes elementos de carácter, mas ninguém poderá dizer que foi enganado ou iludido com promessas ou comportamentos oportunistas para fins eleitorais.»
(Luís Todo-Bom, "Em defesa de Manuela", Jornal de Negócios, 7-9-2009)

[965] Anti-tu

Não há mal nenhum em militar em partidos, movimentos ou causas. Pelo contrário, é um acto cívico e democrático.
O que me parece já censurável é a falta de consciência de que a alternância dá saúde ao regime, torna-o vigoroso e dinâmico. Até pode ser pedagógico, estimulando o partido vencido a melhorar as suas propostas e a ajustar a sua presença na sociedade e na comunicação social.
Ainda mais censurável é admitirmos (ou até incentivarmos) a desconsideração ou o apoucamento do adversário. Isso não é fair play nem no desporto nem na política.
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Ferreira Leite solidária com Louçã", Expresso online, 6-9-2009)

06 setembro 2009

[964] Debates Eleições'09 (4)

Esta noite, o quarto dos dez debates. O primeiro com Manuela Ferreira Leite, estranhamente quando alguns líderes já participaram em dois. Conviria que as televisões tivessem explicado as regras do "sorteio", até porque a esta entrada tardia de MFL vai suceder a saída antecipada de Jerónimo (na próxima quarta-feira, quando os debates terminam só no sábado).
Eis a nossa avaliação, com base nos quatro critérios habituais:
Manuela, 6.5 / Louçã, 6.
O melhor dos quatro debates. Em geral, esclarecedor, ameno, clarificador, sério. A (ligeira) diferença esteve na tentação condicionadora de Louçã.

[963] As palavras dos outros (53): it's the politics, idiot!

«Só um idiota acredita que a Prisa suspendeu o Jornal Nacional "por razões económicas relacionadas com uma reestruturação em curso". Uma "reestruturação em curso" não suspende programas na véspera.»
(Pedro Santos Guerreiro, "Jornal de Negócios", 4-9-2009)

[962] "Realpolitik" ou "shameless diplomacy"?

"A presença de Luís Amado [nas comemorações dos 40 anos da revolução liderada por Kadhafi] envergonhou-nos."
(Ana Gomes, deputada do PS ao Parlamento Europeu, DN, 6-9-2009)
*
«(...) o Magrebe é uma região de crescente importância para Portugal. E dentro do Magrebe a Líbia é o país cuja relação bilateral apresenta maiores oportunidades de crescimento nos próximos anos.»
(Paulo Gorjão, "Amado na Líbia", Vox Pop, 1-9-2009)

[961] Debates Eleições'09 (3)

Continuando a avaliação, com os mesmos critérios:
Jerónimo, 4.5 / Sócrates, 5.5.
Cuidadoso, formal, moderado e superficial. Jerónimo demasiado defensivo.
Foi o segundo debate de ambos. Jerónimo perfaz 9.5 e Sócrates 9 pontos.

05 setembro 2009

[960] Tempo de desinformação

«(...) se a chegar ao Governo, a dra. Ferreira Leite extinguirá o pagamento especial por conta que a dra. Ferreira Leite criou em 2001; a primeira-ministra dra. Ferreira Leite alterará o regime do IVA, que a ministra das Finanças dra. Ferreira Leite, em 2002, aumentou de 17 para 19%; promoverá a motivação e valorização dos funcionários públicos cujos salários a dra. Ferreira Leite congelou em 2003; consolidará efectiva, e não apenas aparentemente, o défice que a dra. Ferreira Leite maquilhou com receitas extraordinárias em 2002, 2003 e 2004; e levará a paz às escolas, onde o desagrado dos alunos com a ministra da Educação dra. Ferreira Leite chegou, em 1994, ao ponto de lhe exibirem os traseiros.»
(Manuel António Pina, "Tempo de autocrítica", JN, 28-8-2009)
*
Manuel António Pina equivoca-se e o leitor anónimo faz mal em reproduzir, acriticamente, esse equívoco.
1. Não foi MFL que criou, por lei, o PEC em 2001 (aliás, uma cuidada e imparcial análise constataria que nesse ano era ministro das Finanças Pina Moura, tendo MFL tomado posse em Abril de 2002).
2. MFL subiu efectivamente a taxa legal do IVA para 19%, mas não foi com ela que se atingiu o valor mais alto, tendo a taxa subido ainda mais (para 21%) com o actual governo.
3. Não foram todos os salários dos funcionários públicos "congelados", foram aqueles cujo montante era superior a 1000 euros.
4. Todos os anos económicos da actual legislatura tiveram receitas orçamentais extraordinárias, não sendo as do período 2002/2004 nada excepcionais.
5. Não foi perante MFL que alguns jovens baixaram as calças e exibiram os traseiros, foi perante Couto dos Santos.
Cinco imprecisões em dez linhas é obra! Mais cuidado a subscrever artigos, caro leitor...
(Núncio, comentário a "Leitura recomendada", Jamais, 4-9-2009)

[959] Censura-me que eu gosto...

A censura nunca serve a ninguém. Hoje no Governo, amanhã na Oposição e vice-versa.
Acho surpreendente é que os que se indignaram com a censura a Marcelo Rebelo de Sousa agora desvalorizem a censura a Manuela Moura Guedes e vice-versa!
Não há boa nem má imprensa. Não há boa nem má censura. Há actuação jornalistica lícita ou ilícita, legítima ou ilegítima, legal ou ilegal, deontológica ou não. Apenas.
(Núncio / Portugal Real, comentário a "Vídeo: A promoção ao "Jornal Nacional" censurada", Expresso on line, 4-9-2009)

04 setembro 2009

[958] As palavras dos outros (52): a herança maldita

«Não dizia Salazar que Portugal era mais livre que a livre Inglaterra? Sócrates e Santos Silva dizem o mesmo.»
(Eduardo Cintra Torres, "O PS de Sócrates é contra a liberdade", Público, 4-9-2009)

[957] Debates Eleições'09 (2)

Segundo dos dez debates eleitorais:
Louçã, 5 / Jerónimo, 5.
Em geral, cortês, morno, prudente, desinteressante.

[956] Auto-censura (2): tome lá um rebuçado

A pergunta "gira" de Judite de Sousa a JS, na entrevista de 1-9-2009, na RTP: «Como se sente por ser considerado um homem sexy?»

03 setembro 2009

[955] Debates Eleições'09 (1)

De 1 a 10, atendendo a critérios de clareza, profundidade, urbanidade e coerência (os mesmos critérios que utilizámos para avaliar os debates das eleições presidenciais de 2006):
Sócrates, 3.5 / Portas, 3.5.
Em geral, crispado, demagógico, repetitivo, desnecessário.

02 setembro 2009

[954] O cidadão comum veste Prada

«Não tenho a vaidade da falsa modéstia. Em termos de apresentação pública, não faço mais do que o cidadão comum, procuro andar "arranjadinho".»
(José Sócrates, cliente de uma loja exclusiva de Beverly Hills, Grande Entrevista, RTP, 1-9-2009)

[953] Dois discursos, dois mundos

Esta noite, duas entrevistas, duas posições quase antagónicas sobre o país, presente e futuro.
Medina Carreira fez mais pela Oposição numa hora do que Portas, Louçã, Jerónimo e Ferreira Leite numa semana.
Enquanto isso, Sócrates descrevia o Paraíso na Terra...

01 setembro 2009

[952] É o "puguesso"!

«Da maneira como o Governo aposta na informática, sem qualquer espécie de visão crítica das coisas, se gastasse um quinto do que gasta, em tempo e em recursos, com a leitura, talvez houvesse em Portugal um bocadinho mais de progresso.
A coroa de todo este novo aparelho ideológico que está a governar a escola portuguesa – e noutras partes do mundo – é o Magalhães. Ele foi transformado numa espécie de bezerro de ouro da nova ciência e de uma nova cultura, que, em certo sentido, é a destruição da leitura.»
(António Barreto, "O Magalhães é o maior assassino da leitura em Portugal", aqui)

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